quinta-feira, 31 de março de 2011

O Sorriso Sublime

Ah! Esse teu sorriso sublime
Como eu preciso vê-lo...
Tão antes que o dia termine
Compartilho-te meu zelo

Teus olhos pequeninos brilhantes
Conquistam todo meu apreço
Que no mundo todo diamante
Não se equivalem ao teu preço

Sorria de modo escancarado
Pois preciso deste alimento
Sabes que é o meu contentamento

Dê-me um abraço apertado
Pois é tão bom o que me trazes
Que é impossível traduzir em frases.




A minha doce esposa...

Seu Carlos

Seu Carlos tinha a fama de um velho ranzinza, fama criada pela vizinhança, pois nunca viram o velhinho receber uma visita, não ficava na praça próxima de casa, não jogava conversa fora com os vizinhos.
E se essa era a fama para os vizinhos para as crianças então, ele era o devorador de garotos sem educação.
Até que um dia, em mais uma das famosas peladas da rua Hélio Ferreira, a bola subiu, atravessou o baixo muro e quebrou  a janela do seu Carlos. A molecada corria desesperada, uns se esconderam atrás dos carros, outros atrás ou sobre árvores, e enquanto outros dois discutiram quem pediria a bola ao velho malvado, eis que surge aquele senhorzinho, com uma boina dos tempos de Che Guevara, uma calça social marrom, a camisa regata por dentro da calça e um típico suspensório, ele trazia a bola em sua mão direita, furada.
O assombro, impediu que os garotos ouvissem a pergunta feita por seu Carlos, que teve que repeti-la:
-A quem pertence essa bola?
Miguel timidamente levanta a mão, e então seu Carlos explica que, ao quebrar a janela a bola furou, mas ele tinha uma novinha em sua casa, que substituiria a bola furada, porém ele jogaria no time dos “com camisa”. Ninguém entendeu nada, mas nessa hora a curiosidade era maior que o medo, e os outros garotos desceram das árvores, saíram de trás dos carros e partiram para a pelada, com seu Carlos jogando.
O Velho senhor não tinha habilidades, nem muito fôlego, mas de alguma forma era confortante se divertirem com aquele que parava os jogos para as bicicletas ou pedestres passarem.
Ao término da partida, enquanto saboreavam o suco oferecido pelo, agora, simpático velhinho, escutavam suas histórias.
Na verdade o motivo pelo qual Carlos tinha uma bola, era o mesmo motivo porque ele nunca estava em casa. Ele saia cedo de casa para alegrar crianças em um orfanato do bairro, Carlos contava histórias, jogava bola, brincava de pega a pega, e a partir desse dia, os garotos da rua passaram a freqüentar o mesmo orfanato, compartilhar e testemunhar suas ações, Já os vizinhos apenas envergonharam-se de seus maus juízos.
E entre tantas lições os garotos aprenderam que se puderem ajudar alguém, doe e se necessário doe-se, já o juízo deixe que Deus o faça afinal isso não é de nossa conta.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Adeus ao Zé

O nosso ex-vice presidente José Alencar faleceu. Tudo bem, não é mais novidade, todos os apresentadores, de todos os canais só falam nisso. As homenagens agora são incontáveis.
Sei que é bem verdade, José Alencar recebeu algumas homenagens durante sua vida, mas não chegam a um terço do que lhe é prestado agora, bem, e este texto não deixa de ser mais uma. Porém, o que eu quero expressar é que a humanidade de forma geral, sabe o quanto vivemos a um fio tão breve da morte, afinal para morrer basta estar vivo. Apesar do manjado e verdadeiro bordão, a humanidade continua a passar seus dias em loucas atitudes, fingindo uma pressa desenfreada, sem tempo para próximo, sem tempo para si e sem tempo até para viver. Recordo de uma frase lida em algum site e que dizia ser de Gandhi “Os homens vivem como se não fossem morrer e morrem sem jamais terem vivido”
Zilda Arns foi mais uma vez indicada para o Prêmio Nobel da Paz (talvez até ganhe, pois falta de mérito não é), as homenagens a José Alencar certamente se arrastarão por semanas, e tudo depois de partirem, e só uma coisa me consola, é a certeza de que o bem que se dedicaram em vida não foram em troca de homenagens.

terça-feira, 29 de março de 2011

Cative seus amores!

Eu ainda fico impressionado com a história do Pequeno Príncipe. Como um livro tão Pequeno, uma história tão breve pode nos trazer tantas lições? Dentre tantas lições, todos repetem a lição raposa, onde ela firma com magnitude a importância que terás a quem cativares, e te prega a responsabilidade eterna sobre aquele que cativou.
Eu prefiro, agora, citar o amor do Pequeno menino a sua rosa, os defeitos, ou a quantidade de rosas semelhantes, não diminuíram o amor do Pequeno. Pois o amor deve ser assim, nada diminui o que é infinito.
Primeiramente o Pequeno Príncipe, admirou a rosa por achar que ela era a única de sua espécie em todo o universo, mas depois descobriu que em um único jardim no planeta Terra existiam milhares iguais a ela. E veja só como é igual o amor em cada coração. Quando nos apaixonamos por alguém, uma mulher, uma amizade, um filme, um livro, uma música, acontece exatamente a mesma coisa, nós achamos que é único no mundo e inigualável, depois descobrimos que há outras pessoas, músicas, histórias com as mesmas qualidades, talvez com algumas imperfeições a menos, mas ainda sim, o amor é inalterável.
Essa é a diferença para a paixão, por exemplo, quando a paixão não se torna amor, quando alcançamos tal ser no topo do altar que muitas vezes nós mesmos criamos, tudo fica sem graça e perde o sentido...
E é por isso também que faz muito sentido o amor do Pequeno crescer quando ele reencontra a rosa, que a tira da redoma de vidro, e ela sente a necessidade de suportar as lagartas caso queira ver ainda as borboletas. Assim as pessoas que amamos deverão conhecer o mundo e saber que entre tantas opções só uma é capaz de lhe trazer conforto ao coração.
E nesta parte da historia faz sentido citar a raposa, só depois de experimentar o amor, podemos compreender o que significa tornar responsável por aquilo que cativamos, se vou me encontrar com quem amo as 22 horas, depois da faculdade, as 21h o meu coração começa a se alegrar. Momentos felizes com quem amamos são responsabilidades pessoal nossa, afinal, a raposa já ensinou: somos eternamente responsáveis pelo que cativamos.
Então cative seus amores, filhos, amigos, pais e todos os que estão sua volta, as pessoas que te amam só voltarão ao teu lado quando partirem se for reconfortante voltar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Puro Sangue

Pedro era um jovem miudinho e muito tímido, mas além destas características físicas ele era extremamente carinhoso e tinha muitos amigos. Quando ainda muito jovem ao voltar da escola num final de tarde frio, e já escurecendo ao se aproximar a noite, ele encontrou um cavalinho perdido, incrivelmente sujo, mas apesar disso seu pêlo brilhava.
O pequeno garoto decidiu levar este novo amiguinho para casa, e a principio sua mãe lhe ordenou que devolvesse o cavalinho, ele deu um banho no cavalinho o escovou e todos ficaram admirados com a beleza do potranquinho, então divulgaram o encontrado, mas o tempo passou e ninguém viera buscar o bichinho.
O cavalo cresceu era belo, forte, um puro sangue, mas toda vez que tomava banho, logo se sujava, parecia que queria esconder sua beleza. E na cidade anunciaram uma festa de colonos, onde a população era convidada a expor suas colheitas e animais, Pedro logo pensou levarei Jorgito (foi o nome dado ao cavalo), e ele receberá o prêmio de animal mais bonito.
Novamente o empenho de lavar e escovar o Jorgito foi em vão, estava limpo e tão logo estava sujo outra vez.
Pedro decidiu ir ao evento assim mesmo, sem seu companheiro, apenas para observar o que havia sido exposto. Ah! E o prêmio de animal mais bonito foi para um pangaré, o qual a beleza nem chegava perto de Jorgito.
E hoje o cavalo de Pedro é usado para levar os queijos produzidos no pequeno sítio de seus pais à cidade.s
O medo do protagonismo, de assumir nossas qualidades, fazem com as nossas vidas o mesmo que aconteceu nesta história, muitas coisas no lugar errado, um pangaré na exposição e o puro sangue puxando carroça.
Seja o protagonista, Deus está dentro de nós, então seja o senhor de sua Alma.


Este texto eu criei em 2006. Vendo alunos do Parque Dom Bosco, com medo de assumir as qualidades que tinham, e que eles mesmos não queriam enxergar.

domingo, 27 de março de 2011

Retranca

Ontem vi na padaria um homem com uma camisa que imitava a propaganda da MasterCard, estava escrito Jesus Cristo, com o Slogan “para tudo que o dinheiro não pode comprar”.
Hoje eu vivi isso. Para tudo o que o dinheiro não pode comprar, existe Jesus, Deus ou Espírito Santo (que fazem parte da mesma Divindade), mas o que Ele pode nos trazer que o dinheiro não pode comprar? Bem, a lista obviamente seria infinita, mas tudo nesta lista nos traria uma coisa: Felicidade.
Hoje, eu e uns amigos nos reunimos para um jogo amistoso contra um time chamado Amigos Futebol Clube, a propósito nós somos o Retranca. Em nosso jogo perdemos de 11 a 6, mas isso não importa (talvez importasse se tivéssemos vencido, brincadeira), o que realmente valeu a pena, foi ver tantos amigos reunidos, familiares assistindo, e torcendo como se valesse algo a nossa vitória. Aí é que está a felicidade, um pedacinho de Deus, em nosso encontro.
E saímos do jogo felizes, contando piada, tentando corrigir os defeitos do time, como se perder por cinco gols de diferença fosse culpa de pequenos detalhes, ruim são eles que levaram seis gols nossos. Mas se saber perder é coisa para se orgulhar, nós somos mais, sabemos ser goleados... E em nenhum momento apelamos para violência, não houve discussões, nenhum desentendimento, o que houve foi muita gente sorrindo, muitos parentes unidos, muitas anotações no diário da vida, para talvez daqui alguns anos ler no arquivo da memória e dizer para si mesmo, sim nós somos felizes, nós temos o que nenhum dinheiro pode comprar, um pedacinho de Deus em nossa infinita alegria de retranqueiros.
Aqui fica um abraço para cada companheiro do Retranca, obrigado por fazerem parte da minha vida. Obrigado pelo pedacinho de Deus que me foi testemunhado.


sábado, 26 de março de 2011

Paz

Eu procuro a paz interior, mas afinal quem não a procura? Não quero uma paz que me deixe deitado numa rede enquanto o mundo gira, as horas passam, e a vida acontece do lado de fora da minha porta. Quero a paz de dormir sem preocupações com a violência que assassina um amigo, que assombra minha família, eu quero a paz de um coração inquieto, que sorri e que é feliz.
Quero a inquietude da busca constante por motivos de felicidades, fazer as pessoas que amo felizes, sem comodismo.
Quero levar felicidades, nem que seja com uma piada infame, com um sorriso amarelo ou uma idéia tosca, desde que gere um abraço apertado.
Quero a inquietude que busca a salvação, pois quem se acomoda não melhora a vida de ninguém, nem mesmo vive.



sexta-feira, 25 de março de 2011

Mulheres... (ainda é mês das mulheres)

Só elas têm: Olhos que encantam e penetram a alma;
Só elas são: Musas que cantam e devolvem a calma;
E se o encanto que Deus enxerga na humanidade continua em seu olhar, é através da mulher que vem nos provar, é na barriga a crescer, é em vida a gerar.
E de todas as criaturas a mais nobre, sob um olhar tão pobre do homem que só tem a admirar, tu és mulher criatura de encanto, e canto, canto esse que nos faz sussurrar, que nos faz respirar, que nos faz viver, ainda sem jamais termos feito por merecer, tu és bênçãos Mulher.
Mas como falar? Como recitar beleza, sem te citar, meu amor, de todas as flores que Deus criou eu vejo mais encanto na flor de maracujá, de todas as mulheres que no mundo estão, o meu encanto é você, Larissa.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Humanamente Divino

Ouvindo a música “o que é, o que é?” dizendo que a vida é bonita e é bonita, fiquei intrigado com tal afirmação, e refleti que realmente com o ritmo empolgante como a música é cantada, nós ouvintes, somos levados a crer em tudo o que a música nos diz, afinal quem não é contagiado com tal afirmação, ainda mais com aquele fundo musical?
Pois bem, a vida, humanamente falando, ela não é bonita, por que digo humanamente falando? Note que nós, seres humanos, costumamos de forma geral sempre olhar o lado negativo das coisas, sempre o que há de ruim. E se você duvida, tente escrever um jornal contando que um jovem ajudou uma senhora a atravessar a rua, que mais estudantes estão reciclando latinha, que há jovens nas escolas publicas ou particulares, que já nem sabem o que é preconceito, ou racismo, porque entenderam o que é amar e respeitar o próximo. Eu duvido que este jornal será mais vendido do que as tragédias anunciadas, os homicídios e a exploração das dores das mães.
A vida pura e simplesmente não é bonita, bonitos são os sentimentos que usamos em nosso dia a dia, a forma nobre de tratar o próximo, a expressão mais bela num gesto mostrando que deficiência, etnia, classe social, nunca serão barreiras entre corações caridosos. Bonito é saber que existiram Madre Tereza, Dom Bosco, Irmã Dulce, Zilda Arns, e mais belo ainda é saber que somos da mesma espécie, e que podemos ser assim bonitos.
Porque bonito é dar esperanças, dividir dúvidas, multiplicar afetos, provocar sorrisos e Amar. A vida não é bonita, somos nós que enfeitamos as paredes da nossa história com quadros de amor, compaixão, simplicidade, fraternidade e alegria, o que nos faz dizer e cantar que a vida é bonita, pois viver sem tais sentimentos é existir, e quando apenas existimos a vida não tem belezas.
Eu tenho uma esposa maravilhosa, pais maravilhosos, irmãos, tios, amigos e vizinhos, todos maravilhosos e cheios de defeitos, mas eu escolhi que a minha vida fosse bonita, por isso eu posso cantar que a minha vida é bonita, é bonita e é bonita...
Simplificando, a vida humanamente falando não é bonita, ela só é bonita quando é também humanamente divina.

quarta-feira, 23 de março de 2011

¹"A Violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais"


Primeiro foi na Tunísia, população na rua, cartazes, greves, etc. como se de repente, não mais que de repente, todos soubessem de seus direitos, e a lá Saulo de Tarso, as escamas caíram dos olhos... E quem terá sido o “Ananias”?
Temos que tomar atitude, mudar o governo, lutar pelos nossos direitos, pois acomodados se privam até mesmo de viver.
Aí então vieram os “novos visionários do Egito, e mais recentemente na Líbia...
É bem verdade que grupos rebeldes sempre existiram em tais países, e ao que creio sempre haverão de existir... É louvável que o povo lute por seus direitos, que as pessoas se reúnam, protestem, afinal, nessas horas me lembro do manjado bordão “para o mal triunfar basta que as pessoas de bem não façam nada!”
Então, tudo bem, o mau não pode triunfar,por mais que por anos e anos tenham triunfado no mundo inteiro, e só na Líbia há 40 anos com ²Kadafi, pois aí então, as pessoas de bem resolveram se manifestar...
Trataremos como pessoas de bem os aliados contra Kadafi, cito EUA, Canadá, Reino Unido, Itália e França, esta última já abriu os primeiros disparos contra o Mau...

As pessoas de bem, parecem que até agora não tinham visto o que o Mau estava fazendo com a população, ou será que tomar uma posição antes de completar quarenta anos de tortura seria precipitado demais? Foi uma coincidência enorme primeiro transparecer alguma fragilidade do governo para as pessoas de bem decidirem lutar contra o Mau, assim como é uma coincidência enorme, só por acaso, a Líbia faz parte da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Eu não quero dizer que apóio de alguma forma Kadafi, pelo contrário, como qualquer ditador autoritário, deve ser exonerado e devidamente julgado por seus atos, mas também não quero que vilões vistam pele de cordeiro, e que se apresentem como intermediadores para o bem da população, afinal, são as verdadeiras pessoas de bem que estão morrendo, são mães, pais, filhos, trabalhadores, senhores e crianças inocentes. Merecemos a liberdade, e mais que tudo liberdade de expressão, queremos direitos, mais que tudo direito a vida, merecemos uma idéia, a principal idéia, que “³Nenhuma idéia, vale uma vida”.

A violência não pode ser tão fascinante a ponto de que nossas vidas, ou mortes sejam tão normais...

Waldyr Rocha


Nota:
1-      Frase tirada da música Baader-Meinnhof Blues, da Legião Urbana.
2-      Não existe uma maneira exata para escrever o nome de Kadafi, em nosso alfabeto, uma vez que sua origem é árabe (معمر القذافي), por isso você verá em meios de comunicação várias grafias diferentes para referi-lo.
3-      Trecho da música Enquanto Houver Sol, da banda Titãs.