segunda-feira, 11 de abril de 2011

A corrida maluca

A cada dia que se passa me intriga ainda mais algo que eu não faço nenhuma questão de entender.
Não faço questão de entender como as pessoas se conformam com o fato de que já se perdem noções de felicidade, de família perfeita, de pessoa bem sucedida. Se tinha noção a um tempo atrás que pessoa bem sucedida era aquela que conseguiu formar uma família feliz, educada e um emprego estável. A noção que já nos querem enfiar goela abaixo de pessoa bem sucedida é aquela que tem um bom emprego (como primeiro critério), que está fazendo curso para melhorar o seu cargo, tem que falar pelo menos mais um idioma, ou seja, se fala três é necessário que se aprenda um quarto, se fala quatro deveria está cursando o quinto numa sede insaciável, se você tem faculdade faça doutorado, tem doutorado faça mestrado, e assim segue infinitamente a buscar do aperfeiçoamento curricular, o foco sempre será no que você ainda não tem, ainda pode fazer, jamais no que você já cursou ou onde você já provou competência.
A sede é voraz e devora seu tempo, não é preciso se ter tempo para a mulher e para os filhos, não, aliás, não lhe permitem tempo para se “perder” com familiares, viva para o trabalho, dedique-se ao máximo, é o marketing enganador ilusório da auto estima necessária para o bom profissional, nós confiamos em você, você pode ser melhor (para nossa empresa). É uma sanguessuga infinita, pois você sempre pode “dar mais”.
Acabamos com isso tudo, dedicando todo o tempo da nossa vida em pró de nossa empresa, olha só nossa empresa? A empresa é do seu patrão, você é apenas um funcionário, e tem coragem de dizer “nossa empresa”, e com medo de decepcionar o patrão acabamos decepcionando as pessoas erradas, ou seja, nossos filhos, conjugues, pais, amigos, etc.
Está tudo muito errado tem que mudar! Tenho que mudar! Tens que mudar! Eu só tenho tempo para mim quando estou no banheiro, no “trono” ou no chuveiro, no banheiro é onde eu tenho tempo para pensar nas questões da vida, no que realmente interessa, refletir como “-O que eu to fazendo da minha vida? O que eu posso mudar? O que eu devo mudar? O que ainda pode ser melhorado?” Este texto foi feito no banheiro e no auge da minha ignorância eu descobri que é no banheiro o lugar em que a humanidade faz menos merda.

Um comentário:

  1. Interessante sua comparação...
    Pelo menos descobri que não sou o único que não faz só merda no banheiro.....

    Abraço

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